EEM Agostinho Neres Portela (Sobral /Rafeal Arruda) – Projeto “Da Senzala para onde?”

16 de maio de 2016 - 13:06

A escola de ensino médio, Agostinho Neres Portela, situada no distrito de Rafael Arruda/ Sobral, em comemoração aos 128 anos da Lei Áurea, que libertou nosso povo do regime escravagista, ao menos institucionalmente, realizou nesta sexta-feira (13/05), um evento à todo comunidade escolar, em função dessa conquista tão significativa na nossa história, apesar dos pesares.

 A tônica das comemorações desse ano, versaram em torno da atualização da temática, buscando identificar onde estão a Casa Grande e a Senzala de hoje.

 Da Escravatura ao Globalitarismo” foi o tema do teatro, com direção do professor de geografia, Geová Ferreira, protagonizado pelos alunos do turno vespertino da escola. Com conteúdo impactante e revelador, o ideal de relacionar, a opressão vivida pelos negros africanos escravizados em terras brasileiras, com as consequências da globalização nos espaços periféricos da atualidade, foi alcançada. 

   AN2.jpg

 O geógrafo brasileiro, Milton Santos, é que nos brinda com essa particular interpretação do fenômeno da globalização, denunciando sua face desigual e combinada de perpetuar e acentuar, consideravelmente, com as disparidades entre as classes sociais, resultante do acúmulo exacerbado de capital, pelas grandes corporações internacionais, que encontram nesse sistema, todas as condições favoráveis à exploração e apropriação do trabalho e riqueza dos territórios. Nesse contexto, esses espaços se encontram subjugados a esse consenso de desenvolvimento social, político e econômico que é a globalização.

 Além do teatro, contamos com a colaboração da aluna de psicologia da Universidade Federal do Ceará (UFC), extensão Sobral, a bolsista Juliana, do Laboratório de Estudos das Desigualdades (LAEDES). Com uma palestra desenvolvida na mesma linha de raciocínio, o explorador e o explorado foram desmistificados, desfazendo a ideia de que vivemos em um sistema de igualdade racial.

 Há muito o que fazer, e momentos como esse, visão despertar a criticidade de nossos alunos, afim de que possamos esperançar um outro futuro, onde, de fato, a igualdade, em todos os aspectos, seja uma realidade.   

AN4.jpg   AN3.jpg